sábado, 8 de junho de 2013





        Este Blog pertence às cursistas do "Melhor Gestão, Melhor Ensino - Formação de Professor de Língua Portuguesa" que      tem como intuito aprimorar o desenvolvimento das aulas, objetivando a competência leitora e escritora do aluno da rede estadual de ensino de São Paulo:





 

ROSELENE TOPPAN
Sou professora efetiva no cargo de Inglês e faço parte do quadro do magistério há quase 23 anos.


 

ROSIMEIRE ZUZARTE ADABO
       Sou formada em Letras pela Fundação Santo André e pós-graduada em LIBRAS. Trabalhei durante 8 anos na APAE como professora e, desde 2002, leciono Língua Portuguesa na rede estadual. Gosto de ler, passear, curtir minha família e, claro, aprender.


 
 
 

ROSELAINE DE SOUZA FRANCIOSI 
         Professora da rede estadual de ensino.







SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM


Meu Primeiro Beijo
 




                                                                                             Antonio Barreto

          É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...

         Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:

       "Você é a glicose do meu metabolismo.

        Te amo muito!

         Para celso"

         E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.

         No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:

          - Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.

         Mas ele continuou:

         - Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:

        - A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...

       Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.

        E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.

        Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
 
                               BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.



Extraído de http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22430
                                    

 


“Meu primeiro beijo”
                                                               Antonio Barreto


Situação de Aprendizagem
Atividades propostas para o 9º ano:

             
               1. Ativação de conhecimento de mundo: antecipação ou predição; checagem de hipótese:

- Com a leitura do título, como você acha que a história se desenvolverá?

- Qual a idade que você acha que têm os personagens?

- Como você imagina  as personagens? Faça uma pequena caracterização deles.

- Onde você acha que aconteceu o primeiro beijo?

                2. Localização, comparação de informações, generalizações:

- Na sua opinião, por que Para Celso também tem o apelido de Cultura Inútil?

- Por que Para Celso sabia tanta informação a respeito do beijo, se nunca havia beijado?

- Você conhece outra história que aborda o mesmo tema? Qual?

                  3. Estratégia de ensino:

- Quais passagens da história mais lhe agradaram? Por quê?

- No texto lido, há alguma parte que dificultou seu entendimento?

- Apesar das restrições que a menina possuía em relação ao menino, por que ela resolveu dar-lhe uma chance?

                    4. Recuperação de contexto de produção, definição de finalidade e metas da atividade de leitura:

- Quem é o autor do texto?

- Em que veículo foi publicado?

- Qual o público-alvo que se interessa por esse tipo de texto?

- Qual o tema dessa história? Ele o descreve de forma positiva ou negativa?

                5.  Percepções de intertextualidade e de interdiscursividade:

- O clímax da história narra um acontecimento que marcou a vida da narradora e se tornou inesquecível. Compartilhe uma experiência inesquecível para você, em poucas linhas.

- O autor descreve o acontecimento do primeiro beijo de forma emocional e sensível. Localize no texto expressões que comprovem essa afirmativa.


 

segunda-feira, 3 de junho de 2013



       
       O futuro da sociedade está nas crianças e adolescentes de hoje, e, muito mais importante nessa fase da vida, é a educação. Ensinar é dar condições ao aluno para que ele se aproprie do conhecimento historicamente construído e se insira nessa construção  como produtor de conhecimento.




 
 
 
 
Depoimentos de Leitura e Escrita


Roselaine Franciosi


            Lembro-me do meu primeiro livrinho, Pompom e Mimi: a história de dois gatinhos que adoravam fazer bagunça. Eu gostava tanto desse livro que até hoje sei de cor e ainda tenho guardado na casa da minha mãe. Depois desse, vieram outros, como uma coleção que ganhei da minha irmã. Era uma coleção que juntamente com os livros tinham os disquinhos de músicas, tinha Branca de neve e os sete anões, Cinderela, O soldadinho de chumbo e o Patinho feio. Lembro-me neste momento aqui digitando de que, na primeira série, a professora pediu que fizéssemos uma composição textual, não me lembro do título, mas recordo que usei as palavras que tinha lido no livro Branca de Neve para fazer a descrição de uma personagem. A professora ficou encantada, e logo me perguntou quem tinha me ajudado a fazer.
      Após, na adolescência,  recordo-me da coleção Vagalume e desta coleção adorei dois livros: O caso da borboleta Atíria e A ilha perdida. No primeiro, fiquei encantada com a transformação da borboleta e, no segundo, com a descrição da aventura vivida pelos personagens.
      Depois, na juventude, vieram os clássicos da literatura, mas o que eu mais gosto e não canso de ler é Vidas Secas. Adoro ler e reler a descrição daquelas personagens tão bem construídas por Graciliano Ramos.
Rosimeire Zuzarte Adabo
 
        Meus pais não tinham o hábito de ler, muito menos contar histórias para mim, por isso ficava fascinada quando minha vizinha e amiguinha  contava histórias que ouvia na escola ou de sua avó.  Não via a hora de entrar para a escola para ouvir mais histórias.
        Demorou, mas o primeiro dia de aula chegou. Imaginem, em 1976, eu tive uma  professora, a dona  Lúcia, estilo  professora  Helena  da novelinha Carrossel. Era novinha,  muito boazinha e com uma voz adocicada. Ela me recebeu, ou melhor, recebeu os alunos lendo o  livro O burro falante. Eu estava na sala, mas  parecia  que estava no livro, dentro da história. Essa  leitura  me  deixou  mais  ansiosa  para  aprender a ler. Dona  Lúcia disse  que, ao  dominarmos  a leitura, leríamos muito, pois montaríamos uma biblioteca circulante.
        Não sei a data precisamente, mas foi no segundo  semestre que  a  professora  pediu que os  pais comprassem  três  livros para  a biblioteca. Meu  pai comprou O batizado do Pato Bolé , O gigante preguiçoso e Lunalva. Livros  que   guardo há 37 anos  com  muito  carinho, afinal  de  contas, foram  neles que fiz as primeiras viagens, sozinha, ao mundo da fantasia.
        Por ter a experiência de ouvir  histórias  somente com  sete anos de idade,  conto e leio muito  para minha filha e para meus alunos, principalmente,  pois receio que ainda existam muitos pais como os meus que não têm  o hábito de ler.







Roselene Toppan 







  






      A minha paixão pela leitura começou na escola. Quando lembro da maneira que me apaixonei pela leitura, me vem a imagem da minha professora de português da sexta série, Roseli. Na sexta série, a Professora Roseli, sempre lia uma hitória diferente para a classe e recomendava a leitura de pelo menos um livro por mês. Os livros que ela recomendava eram maravilhosos. E foi, da Professora Roseli, que ganhei meu primeiro livro. Até hoje sinto uma emoção muito grande ao lembrar daquele momento tão especial na minha vida. Eu li aquele livro com muitas expectativas e curiosidades. Desde então, passei a tomar gosto pela leitura e pelas histórias. Quando entrei na Faculdade, eu criei uma grande expectativa com relação as aulas de Literatura, e como não podia ser diferente, fiquei fascinada com as aulas de Literatura Portuguesa, principalmente quando a Professora Raquel falava sobre Machado de Assis, Fernando Pessoa, José de Alencar e outros. Depois disso, a leitura se tornou parte importantíssima na minha vida, pois ela tem a capacidade de nos transportar para outro mundo, outro universo, e ainda faz com que nossos horizontes sejam ampliados a medida que lemos cada vez mais. E assim, incentivada pelo prazer da leitura e interpretação, tive a certeza que estava no caminho certo, me tornei Professora da Língua Portuguesa. Deste modo, sou muito grata aos meus professores e a tudo de bom que eles puderam me proporcionar em termos de conhecimento. Hoje, num primeiro momento, e juntamente com meus colegas de profissão, tenho a tarefa de ensinar meu aluno a ler e escrever, a tomar gosto pela leitura, dar-lhe condição para que ele se aproprie do conhecimento historicamente construído e se insira nessa construção como produtor de seu próprio conhecimento, pronto para atuar no mundo em que ele vive .




                                                           
                                   " Professores ideais são aqueles que se transformam em pontes  e que convidam os alunos a cruzá-la, depois de ter facilitado sua passagem, com alegria e colapso, incentivando-os a criar pontes de suas próprias atitudes."(Nikos Kazantzakis, poeta e pensador grego)