segunda-feira, 3 de junho de 2013

Rosimeire Zuzarte Adabo
 
        Meus pais não tinham o hábito de ler, muito menos contar histórias para mim, por isso ficava fascinada quando minha vizinha e amiguinha  contava histórias que ouvia na escola ou de sua avó.  Não via a hora de entrar para a escola para ouvir mais histórias.
        Demorou, mas o primeiro dia de aula chegou. Imaginem, em 1976, eu tive uma  professora, a dona  Lúcia, estilo  professora  Helena  da novelinha Carrossel. Era novinha,  muito boazinha e com uma voz adocicada. Ela me recebeu, ou melhor, recebeu os alunos lendo o  livro O burro falante. Eu estava na sala, mas  parecia  que estava no livro, dentro da história. Essa  leitura  me  deixou  mais  ansiosa  para  aprender a ler. Dona  Lúcia disse  que, ao  dominarmos  a leitura, leríamos muito, pois montaríamos uma biblioteca circulante.
        Não sei a data precisamente, mas foi no segundo  semestre que  a  professora  pediu que os  pais comprassem  três  livros para  a biblioteca. Meu  pai comprou O batizado do Pato Bolé , O gigante preguiçoso e Lunalva. Livros  que   guardo há 37 anos  com  muito  carinho, afinal  de  contas, foram  neles que fiz as primeiras viagens, sozinha, ao mundo da fantasia.
        Por ter a experiência de ouvir  histórias  somente com  sete anos de idade,  conto e leio muito  para minha filha e para meus alunos, principalmente,  pois receio que ainda existam muitos pais como os meus que não têm  o hábito de ler.





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